quinta-feira, 26 de junho de 2014

Pseudo-Homeopatia: O perigo real para a Homeopatia


Por Dra. Renata Hines

            Em um novo milênio, a homeopatia está em uma posição única, com o poder de resgatar nosso sistema médico atual de seu pântano de alta tecnologia, que é supressiva, alienante e com medidas exorbitantemente caras. Há uma onda de interesse e envolvimento na medicina alternativa em geral e homeopatia em particular entre os pacientes e os médicos alopáticos. O estudo mais recente pelo Dr. David Eisenberg, da Harvard Medical School mostra que 70% dos americanos que procuram tratamento alternativo ( gastando bilhões para pagar por ele por si mesmos), enquanto que em outra pesquisa recente 49% dos médicos de cuidados primários afirmaram que a homeopatia é a modalidade alternativa que mais gostariam de aprender. As companhias de seguros estão começando a reembolsar por tratamentos alternativos como a homeopatia, reconhecendo a economia ao longo prazo.

             Neste ponto, a maior ameaça para a homeopatia não vem de alopatas ou empresas farmacêuticas, mas de pessoas  que se auto proclamam homeopatas , e que não seguem as leis e princípios imortais estabelecidos por Hahnemann.  Se por ignorância ou preguiça, ou o desejo de impressionar os seus pacientes com os seus truques para que eles possam cobrar mais dinheiro, esses pseudo-homeopatas violam o princípio mais básico da homeopatia: dar um único remédio que cobre a totalidade do quadro sintomático naquele momento da vida do paciente.  Alguns dão três ou quatro remédios dentro de uma única semana; outros dão misturas de vários ou mesmo uma dúzia de remédios de uma só vez. Ao fazer isso, prejudicam o paciente, o que esta bastante mal, mas pior ainda, eles prejudicam a profissão e a reputação da homeopatia.


                Estamos acostumados a pacientes recorrerem à homeopatia como o último recurso; muitas vezes eles vêm até nós após as medidas invasivas prejudiciais, supressivas da medicina alopática. Muitas vezes na minha clinica, eu me encontro na posição pouco invejável do último recurso absoluto: os pacientes chegam a  mim depois de serem maltratados por outros homeopatas. Ou seja, outros “homeopatas” encaminham os pacientes para mim quando eles são honestos o suficiente para admitir que  não conseguem mais seguir um caso. Tenho visto dezenas e dezenas de tais pacientes que ao longo dos anos  foram vítimas de uma má homeopatia. Além disso, tenho ouvido sobre isto mais centenas vezes de meus pacientes. Como pacientes típicos de homeopatia, tornam-se missionários que zelosamente tentam convencer seus familiares e amigos sobre a homeopatia, mas muitas vezes eles voltam a mim com tristes histórias dessas pessoas que tiveram experiências ruins nas mãos de homeopatas que não sabiam  os princípios mais básicos da homeopatia.
      
Normalmente, estes pacientes sofrem agravos semanas ou meses que duram enquanto o homeopata não oferece socorro e até mesmo se recusa a retornar telefonemas. Em outros casos, o homeopata realmente suprime (embuti, reprimi, supressa) os sintomas com o remédio e não reconhece que o caso está indo na direção errada, causando assim para o paciente, mais sofrimento no futuro. Em outros casos ainda, os sintomas físicos superficiais desaparecem, a ser substituídos por outros mentais e ou emocionais. Muitas dessas pessoas sofreram tanto que eles se recusam terminantemente a considerar consultar outro médico homeopata, e avisar os outros a se manterem longe da homeopatia. Sou apenas um homeopata; se eu encontrei muitos desses pacientes, quantos mais devem existir aqui no, Reino Unido, Brazil, EUA, ou no mundo inteiro?    
      

 Com Hahnemann nos dando essa orientação clara, eu estou honestamente perplexa com a forma como as pessoas praticam em seu nome podendo desviar-se tão longe de suas orientações.
                 Tentei descobrir a razão para estas práticas de mistura e alternando remédios. Muitos profissionais se iludem de que não há perigo nessas práticas, pois os remédios são "inofensivos". 

Aparentemente, eles pensam que, desde que os remédios não contenham uma molécula da substância original não pode haver nenhum mal em dar vários de uma vez, e talvez eles seguem a crença americana (que é repassada ao Brasil)  de que "quanto mais, melhor". Eu  conheço tais profissionais que estão tentando criar para si o prestígio e status de médicos alopatas, imitando os casacos brancos e estetoscópios, bem como a polifarmácia da alopatia.

                 Mas polifarmácia (dando muitas prescrições/remédios de uma vez) é prejudicial em homeopatia, bem como na alopatia. Lembre-se que os remédios têm uma força poderosa. Se eles podem consistentemente curar as chamadas "doenças incuráveis​​", deverão ser agentes altamente ativos. Cada remédio oferece um "punch"(soco) energético para a Força Vital, e é a resposta secundária da Força Vital, que age contra a doença e cura o paciente. Dando muitos remédios de uma só vez pode deixar a Força Vital “socada para baixo” como um boxeador cambaleando de joelhos. Na verdade eu já vi pacientes que receberam tantos remédios por homeopatas anteriores que sua Força Vital já não responde ao único remédio bem escolhido,  que poderia ter curado o caso, em primeiro lugar antes de ter se tornado incurável pela  má homeopatia praticada pelo pseudo-homeopata.

A ser continuado na próxima edição.

Artigo a ser publicado na edicao de 01/07/2014 do jornal  "Brazilian News" do Reino Unido


  

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