quarta-feira, 4 de junho de 2014

O paradoxo homeopático: mais fraco é mais forte.

O paradoxo homeopático: mais fraco é mais forte
Por Dra. Renata Hines


Os remédios homeopáticos são preparados por um processo de diluição e agitação em série (sucussão) conhecido como potenciação. O quanto mais os remédios homeopáticos  são diluídos e agitados, mais forte suas ações se tornam . Quimicamente, a substância se torna cada vez mais diluída. Clinicamente, no entanto, Hahnemann descobriu que  quanto mais uma substância fosse potencializada, menos frequentemente seria necessário ela ser administrada  ao paciente para produzir uma ação curativa, e mais profundo era o seu efeito. Agora quase 200 anos após a morte de Hahnemann, os homeopatas continuam a validar esta observação e curar pacientes com o que parecem ser doses infinitamente pequenas de substâncias naturais.

O grau de diluição dos medicamentos homeopáticos pode parecer extraordinário. Imagine que uma gota de tinta dissolvida em dez gotas de água. Apenas 1/10 da tinta estaria presente. Se você diluí-la novamente, apenas 1/100 da tinta permaneceria. Quase nenhuma cor ainda seria visível. Agora, repita o processo até que você tenha feito seis diluições. Apenas uma parte por milhão da gota original da tinta que permanecem na solução, e a mistura parece incolor. Esta potência 6x é uma das menos diluída, ou mais fraca, potências comumente utilizadas na prática homeopática. Imagine o quanto  diluída aquela gota de tinta seria depois de ser diluída  um mil, dez mil ou mesmo um milhão de vezes!





A crença popular, quando se trata de medicina convencional é  que "mais é melhor". Homeopatas descobriram exatamente o oposto  ser verdade. É este conceito de utilização de doses infinitesimais que tem causado muitas pessoas, incluindo a maioria dos defensores da medicina convencional, a rejeitar categoricamente a homeopatia, sem uma investigação mais aprofundada. Contudo, é a experiência clínica diária eficaz que permite que homeopatas aceitem esta aparentemente proposição paradoxal como verdadeira.


Dinamização

As diluições da substância original são chamadas potências. Existem duas escalas de diluição comumente utilizadas, X ou decimal, e C ou centesimal. As potências X são diluídas de 1 a 9 e as potencias  C são potências diluída 1 a 99. Para fazer uma potência X, uma parte da substância original é adicionada para 9 partes de solvente ( álcool). Para fazer uma potência C, uma parte da substância original é adicionada a 99 partes de solvente. A potência 6C é 10 vezes tão diluída quanto a 6X. As potências mais comuns preparadas por farmácias variam de 6C (6 diluições) para CM (100.000 diluições). Muitos homeopatas referem-se a potencias abaixo de 200C como baixas potências e as potências de 200C ou superior como potências elevadas.

A Importância da Sucussão
Agitar vigorosamente cada diluição é o fator crucial na preparação. Ela permite que um remédio homeopático permaneça potente além do  ponto em que nenhuma das moléculas originais da substância fique na diluição. Esta agitação vigorosa é conhecida como sucussão. Hahnemann originalmente succussionava cada remédio  batendo o frasco contra um livro de grande porte encadernado em couro. Na fabricação moderna, ela é realizada por máquina.

Sucussão permite que o poder medicinal da substância seja aumentado muito além do que é possível com a diluição simples. O efeito puramente químico de uma substância está perdido, uma vez que ela é diluída cada vez mais, mas os efeitos homeopáticos são liberados, desde que  cada diluição seja agitada vigorosamente. Com cada diluição sucessiva e  sucussão, o remédio homeopático se torna mais forte,  de efeito mais duradouro e sem produção de efeitos colaterais.

Hahnemann chegou a idéia de sucussão, depois de observar que os medicamentos que levava consigo em visitas domiciliares eram mais potentes do que aqueles que ele  mantinha em seu escritório, o que o levou a sucussar os remédios homeopáticos e não apenas diluí-los.

Artigo publicado no jornal Brazilian News em 20/05/2014





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