Por Dra. Renata Hines
Em
um novo milênio, a homeopatia está em uma posição única, com o poder de
resgatar nosso sistema médico atual de seu pântano de alta tecnologia, que é
supressiva, alienante e com medidas exorbitantemente caras. Há uma onda de
interesse e envolvimento na medicina alternativa em geral e homeopatia em
particular entre os pacientes e os médicos alopáticos. O estudo mais recente
pelo Dr. David Eisenberg, da Harvard Medical School mostra que 70% dos
americanos que procuram tratamento alternativo ( gastando bilhões para pagar
por ele por si mesmos), enquanto que em outra pesquisa recente 49% dos médicos
de cuidados primários afirmaram que a homeopatia é a modalidade alternativa que
mais gostariam de aprender. As companhias de seguros estão começando a reembolsar
por tratamentos alternativos como a homeopatia, reconhecendo a economia ao
longo prazo.
Neste ponto, a maior ameaça para a homeopatia não vem de alopatas ou empresas
farmacêuticas, mas de pessoas que se
auto proclamam homeopatas , e que não seguem as leis e princípios imortais
estabelecidos por Hahnemann. Se por
ignorância ou preguiça, ou o desejo de impressionar os seus pacientes com os
seus truques para que eles possam cobrar mais dinheiro, esses pseudo-homeopatas
violam o princípio mais básico da homeopatia: dar um único remédio que cobre a totalidade
do quadro sintomático naquele momento da vida do paciente. Alguns dão três ou quatro remédios dentro de
uma única semana; outros dão misturas de vários ou mesmo uma dúzia de remédios
de uma só vez. Ao fazer isso, prejudicam o paciente, o que esta bastante mal,
mas pior ainda, eles prejudicam a profissão e a reputação da homeopatia.
Estamos acostumados a pacientes recorrerem à homeopatia como o último recurso;
muitas vezes eles vêm até nós após as medidas invasivas prejudiciais,
supressivas da medicina alopática. Muitas vezes na minha clinica, eu me encontro na posição
pouco invejável do último recurso absoluto: os pacientes chegam a mim depois de serem maltratados por outros homeopatas. Ou seja, outros “homeopatas” encaminham os pacientes para mim quando eles são
honestos o suficiente para admitir que não conseguem mais seguir um caso.
Tenho visto dezenas e dezenas de tais pacientes que ao longo dos anos foram vítimas de uma
má homeopatia. Além disso, tenho ouvido sobre isto mais centenas vezes de meus
pacientes. Como pacientes típicos de homeopatia, tornam-se missionários que
zelosamente tentam convencer seus familiares e amigos sobre a homeopatia, mas
muitas vezes eles voltam a mim com tristes histórias dessas pessoas que tiveram
experiências ruins nas mãos de homeopatas que não sabiam os princípios mais básicos da homeopatia.
Normalmente, estes pacientes sofrem agravos
semanas ou meses que duram enquanto o homeopata não oferece socorro e até mesmo
se recusa a retornar telefonemas. Em outros casos, o homeopata realmente
suprime (embuti, reprimi, supressa) os sintomas com o remédio e não reconhece
que o caso está indo na direção errada, causando assim para o paciente, mais
sofrimento no futuro. Em outros casos ainda, os sintomas físicos superficiais
desaparecem, a ser substituídos por outros mentais e ou emocionais. Muitas
dessas pessoas sofreram tanto que eles se recusam terminantemente a considerar
consultar outro médico homeopata, e avisar os outros a se manterem longe da
homeopatia. Sou apenas um homeopata; se eu encontrei muitos desses pacientes,
quantos mais devem existir aqui no, Reino Unido, Brazil, EUA, ou no mundo
inteiro?
Com Hahnemann nos dando essa orientação clara, eu estou honestamente perplexa
com a forma como as pessoas praticam em seu nome podendo desviar-se tão longe
de suas orientações.
Tentei descobrir a razão para estas práticas de mistura e alternando remédios.
Muitos profissionais se iludem de que não há perigo nessas práticas, pois os
remédios são "inofensivos".
Aparentemente, eles pensam que, desde que
os remédios não contenham uma molécula da substância original não pode haver
nenhum mal em dar vários de uma vez, e talvez eles seguem a crença americana (que é repassada ao
Brasil) de que "quanto mais, melhor". Eu
conheço tais profissionais que estão
tentando criar para si o prestígio e status de médicos alopatas, imitando os
casacos brancos e estetoscópios, bem como a polifarmácia da alopatia.
Mas polifarmácia (dando muitas prescrições/remédios de uma vez) é prejudicial
em homeopatia, bem como na alopatia. Lembre-se que os remédios têm uma força
poderosa. Se eles podem consistentemente curar as chamadas "doenças
incuráveis", deverão ser agentes altamente ativos. Cada remédio oferece
um "punch"(soco) energético para a Força Vital, e é a resposta
secundária da Força Vital, que age contra a doença e cura o paciente. Dando
muitos remédios de uma só vez pode deixar a Força Vital “socada para baixo”
como um boxeador cambaleando de joelhos. Na verdade eu já vi pacientes que
receberam tantos remédios por homeopatas anteriores que sua Força Vital já não
responde ao único remédio bem escolhido, que poderia ter curado o caso, em primeiro
lugar antes de ter se tornado incurável pela
má homeopatia praticada pelo pseudo-homeopata.
A
ser continuado na próxima edição.
Artigo a ser publicado na edicao de 01/07/2014 do jornal "Brazilian News" do Reino Unido