sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A Febre e seus benefícios

Por Dra. Renata Hines  (renata.hines@virginmedia.com)


Um estudo de duração de 7 anos abrangendo 441 crianças evidenciou que  pegar doenças que causam febre durante o primeiro ano de vida reduziu o risco na crianças no desenvolvimento  de sensibilidades alérgicas. Um episódio de febre durante o primeiro ano teve pouco efeito, mas dois ou mais episódios pareceram dar mais proteção.
 


No. de episódios de febre
Doença atópica*
Serologia atópica**
Sensitização Alérgica
0
30.0%
43.4%
50.0%
1
31.3%
39.7%
46.7%
2 ou mais
26.0%
25.0%
31.3%


* asma, febre do feno ou eczema.

** uma alergia especifica
(10515) Williams,LK et al. Allergy & Clinical Immunology 2004;113(2):291-96



Isto é sugestivo de que sempre que possível, a febre não deve ser suprimida ou reprimida, mas deve-se  permiti-la  seguir  seu curso.

Reprimir a febre, reprime-se o sistema imunológico



Grande parte da medicina moderna convencional esta relacionada com repressão de sintomas, principalmente febre, na crença equivocada de que, se não tratada, ela irá subir para um nível perigoso, levando à convulsão ou danos cerebrais. Isto não é geralmente o caso. Um mecanismo do corpo que ainda não se pode explicar totalmente geralmente previne a temperatura alta induzida por infecção a atingir um nível perigoso (41 ° C/106 ° F).


 Uma boa febre é um sinal de que o sistema imunológico foi ativado: (1) um motivo para se alegrar. A única exceção é em bebês com menos de dois meses de idade, cuja barreira sangue-cérebro não está completamente formada. Se vírus ou bactérias entram no cérebro há um maior risco de meningite, sendo uma das razoes  pelo qual muitos profissionais de saúde são a favor de que a administração de vacinas nessa idade seja interrompida. (Algumas vacinas, por exemplo, MMR, causam uma resposta febril em 50-60% dos bebês vacinados).


A febre desempenha um papel vital na luta contra a inflamação bacteriana / viral. Muitos estudos têm mostrado que deixar a febre seguir seu curso aumenta as taxas de sobrevivência, (2) como em um estudo realizado durante a epidemia de sarampo  de 1967 em Gana.








Quando a epidemia começou, os médicos seguiram a prática padrão e trataram todos os casos com sedativos, antipiréticos (medicamentos para baixar a febre), como aspirina e tylenol, supressores de tosse e, às vezes, antibióticos, antimaláricos e transfusões de sangue.

Um terço dos casos de crianças morreu, mas os médicos notaram que os sobreviventes tendiam a ser os que  aparentavam estarem mais doentes, desenvolvendo temperaturas bem mais altas, com o desenvolvimento das piores erupções e grande fluxo (processo de eliminação agravado)  de bastante muco e pus.

As crianças que aparentavam estar menos doente no início de sua doença tenderam a desenvolver pneumonia fatal. *
Os médicos decidiram parar de dar sedativos, antipiréticos e antitussígenos ( medicamentos supressores de tosse). Eles continuaram a dar antibióticos, antimaláricos e transfusões de sangue  em casos que necessitavam destes;  e  as mortes caíram de 35% para 7%. 
A equipe de investigação concluiu que era perigoso  suprimir/reprimir uma "descarga/ um processo de eliminação inflamatória" (ou seja, febre).
O uso de medicamentos que suprimem  a febre pode aumentar a duração e gravidade de uma doença. (3)
A aspirina foi comumente utilizada para suprimir a febre até que foi vinculada à síndrome de Reye, uma doença muitas vezes fatal que afeta o cérebro e fígado. Médicos, então, mudaram para o "muito mais seguro" paracetamol (acetamonifeno) mas esta agora tem sido associada ao aumento do risco de insuficiência hepática fatal. 

Health Canada  está particularmente preocupada que os pais não se dão conta que muitas preparações anti-gripe e anti-resfriados contêm paracetamol. Suprimir uma febre com uma preparação e um corrimento nasal com outra poderia facilmente levar a overdose. Uma dose excessiva (overdose de paracetamol), geralmente não intencional, e agora listada como a principal causa de insuficiência hepática aguda no EUA.
* A supressão de inflamação pode também explicar a experiência dos EUA em relação ao sarampo, onde programas de vacinação de massa (e às vezes obrigatórias) ter conduzido a idade média de se pegar sarampo para 17-20 anos de idade.   Devido a progressão da doença ser diferente quando pego nesta idade, ele é conhecido como o sarampo "atípico", e traz um risco muito maior de se desenvolver pneumonia quando pego entre 17-20 anos.
Homeopatas também relatam observar o mesmo modelo ocorrendo dentro da clinica homeopática. Também observam que crianças que recebem menor número de vacinas, se tornam mais saudáveis  do que aquelas que receberam maior número destas.  - Artigo a ser continuado  na edição 635 deste jornal.
[1] e.g. Science 1975;188(4184):166-68
Paediatrics 1980;66(5)720-23, Lancet 1991;337
[2] Infectious Disease Clinics of North America 1996;10(1):1-20 & 211-16
[3] Lancet 1997;350:704-09
Acta Paediatrica 1994;36(4):375-78
Paediatric Infectious Disease 2000;19(10):983-90
Pharmacology 2000;20:417-22
Archives of Internal Medicine 2001;161(1):121-23


Este artigo fornece informações gerais para ajudar as pessoas a entender a cura homeopática, filosofia ou os processos fisiológicos naturais do organismo, mas não é um substituto para aconselhamento médico pessoal do profissional de saúde, médico  convencional ou médico homeopata e homeopata profissional.


Artigo publicado no jornal Brazilian News de 05/08/2014, edição 633.











 


 


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